Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O governador reeleito do Paraná, Roberto Requião, definiu a campanha que o manteve no comando do estado como “dura e falsa” e lembrou que enfrentou, durante o segundo turno, a grande imprensa. Na avaliação de Requião, jornais, rádios e TVs atacaram sua vida pessoal conjuntamente com os adversários, considerados por ele representantes da velha política.“Tentaram desconstruir a imagem do governo e do governador, mas saiu vitorioso o apoio popular, que entendeu minha opção preferencial pelo pobres”, disse. Segundo o governador reeleito, a eleição também permitiu vitórias políticas. De acordo com Requião, o PT paranaense agora é governo. “É uma aliança definitiva”, afirmou.Para Requião, ele e Lula aprenderam muito e poderão fazer um governo em conjunto, o que só vai beneficiar o Paraná e o Brasil. “Faremos um governo em defesa da ética na política e de punição a todos os culpados que vierem a ser encontrados em qualquer partido”. Criticou os escândalos que envolve políticos e partidos, mas disse que não se pode esquecer que o mensalão começou em governos anteriores.Na entrevista coletiva, o governador voltou a questionar a "incoerência" dos resultados obtidos nas urnas neste domingo. “O instituto de pesquisa Ibope fez boca de urna, não é intenção – é de consulta a quem já votou - e nosso governo aparecia com vantagem de 6 pontos. Esses votos depois se transformaram em votos nulos. Houve um percentual de 7 pontos de votos nulos, quando o Ibope havia registrado 2 pontos”, analisou o governador.Ele insistiu que, em toda sua história política, nunca tinha ouvido falar em erro neste tipo de pesquisa. E levantou duas hipóteses: o eleitor se confundiu em relação a ordem dos candidatos a governador e presidente ou foi um desvio padrão semelhante aquele da Proconsult (acusada de fraudar resultados) que ocorreu no Rio de Janeiro.Numa coletiva entremeada de críticas à imprensa e “bate-boca” com jornalistas, o governador fez um balanço de suas principais obras no Estado e programas sociais, disse que suas prioridades agora são as áreas de saúde e educação. Também anunciou a inauguração de 24 hospitais, a realização de concurso público para a contratação de 4 mil funcionários para a saúde nos próximos quatro anos, e disse que a administração do Porto de Paranaguá não será alterada, lembrando que neste ano o terminal terá um faturamento de US$ 10 bilhões, mais do que o dobro do faturamento cambial do que a do ano que assumiu o governo.Requião também anunciou que todos os prefeitos de municípios do interior do estado terão que colocar placas informando a "paternidade" da obra quando ela contar com verba do governo estadual. “Isso para não acontecerem fatos semelhantes aos usados pelos adversários que não tiveram limites fazendo sumir estradas, hospitais e uma série de beneficiamentos recebidos”.Requião disse também que vai criar uma assessoria especial para assuntos municipais e, a partir da nomeação do titular da pasta, todos os atos do prefeito Beto Richa serão devidamente acompanhados.