Renan defende "interlocução" entre Executivo e Legislativo

30/10/2006 - 19h29

Iolando Lourenço e Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Congresso Nacional, defendeu "maior interlocução” entre o presidente reeleitoLuiz Inácio Lula da Silva e os parlamentares neste segundo mandato. “O presidente tem que cumprir papel central nessa interlocução e narelação com o Congresso, para que nós tenhamos mais facilidade paracontornar as dificuldades. Quanto mais o presidente ampliar ainterlocução, mais ajudará na estabilidade política e na governabilidade”,afirmou.Segundo Renan, é fundamental os partidos políticostrabalharem não com uma agenda própria, nem para um governo específico,mas com olhos para o país. Para isso, ele defende até mesmo umacoalizão envolvendo setores da oposição, para trabalhar em uma agendacomum para o Brasil.O PMDB continua dividido – uma parte apoiou a reeleição do presidente Lula –, mas o senador disse querer atuar para unir a legenda em torno do novo governo: "No que depender dos meus esforços, o PMDB vai unido, sim. Voutrabalhar para que isso efetivamente aconteça e nós possamos, na prática,aproximar as correntes que são variadas”.Para Renan, os partidos políticos devem participar do governo de formaprogramática e institucional, sem o foco na ocupação de cargos em trocade apoio: “Essa relação não pode ser fisiológica. Tem que ser umarelação programática e institucional. Isso precisa acontecer noBrasil, como já acontece em outros países do mundo”. Indagado sobre a exigência de mais cargos no governo em troca de apoio político, o senador disse que o PMDB "não quer nada". O grande desafio do partido, segundo ele, é um projeto próprio de poder. “Nós nãopodemos cobrar uma ampliação do espaço na administração. Nós temos quecobrar é uma participação do PMDB na definição das políticas públicaspara a gente cuidar dessa agenda estática que está aí, e não conseguecaminhar pelas dificuldades políticas, pelas crises”, afirmou.