Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Familiares de mulheres assassinadas, estudantes erepresentantes de movimentos sociais participam amanhã (31) da décima vigíliapelo fim da violência, em frente ao Palácio da Justiça. O objetivo damobilização, que se realiza nos finais de cada mês, é denunciar a falta depolíticas públicas de saúde, educação e geração de renda, que contribuam pararedução do índice de criminalidade em todo o estado, principalmente contrapessoas do sexo feminino.
Levantamento divulgado pelo Fórumde Mulheres de Pernambuco, de janeiro até agora 261 pernambucanas perderam avida de forma brutal e inesperada. A coordenadora do Fórum, JoanaSantos, informou que além dos homicídios, os números de lesões corporais eameaças à integridade física das mulheres também são alarmantes no estado."A delegacia da mulher, no bairro de Santo Amaro, contabilizou, de janeiroa setembro deste ano, 1.132 casos de agressão física, 1.175 de ameaça e 782crimes de calúnia" revelou.
Ela atribuiu as práticas deviolência à cultura machista no Nordeste e à falta de intervenção rigorosa dopoder público. Segundo a coordenadora, um dos avanços conquistados pelasmulheres foi a aprovação da lei federal Maria da Penha, que passou a vigorar nopaís desde o mês passando, que prevê punições mais rigorosas para os agressores,inclusive com prisão.Joana Santos informou ainda que opoder judiciário vai instalar juizados especiais no estado para atenderproblemas decorrentes de violência familiar e doméstica contra a mulher. A última vigília do ano vai ser realizada no dia 28 de novembro. Após o atoserá lançado um livro sobre a violência contra a mulher em Pernambuco. Apublicação é resultado de parceria firmada entre o Fórum de mulheres dePernambuco e o Instituto Patrícia Galvão, de São Paulo.