Daniel Merli
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, considera que a realização do segundo turno foi "muito positiva". "Porque deu nitidez às diferenças entre os projetos representados pelos dois candidatos – Alckmin [Geraldo Alckmin, do PSDB] e Lula [Luiz Inácio Lula da Silva, presidente reeleito pelo PT]”.Petta ressalta a importância de Lula ter assumido, durante a campanha, o compromisso contra a privatização, pela soberania nacional, pelo desenvolvimento e pelo investimento em áreas sociais.“Essa vitória renovou a esperança, mas, vencido o risco de que a direita voltasse ao poder, os movimentos devem exercer uma pressão muito maior para que o segundo mandato de Lula seja mais vinculado às causas populares”.Ele informou que, no dia 11 de novembro, será realizada uma reunião da coordenação dos Movimentos Sociais para definir as estratégias que serão adotadas no próximo governo.Na avaliação dele, o primeiro mandato do PT na presidência foi uma experiência “singular”. As organizações, segundo ele, demoraram a aprender como tratar com a nova situação.Ele acredita que agora os movimentos sociais estão “mais amadurecidos e sabem qual o seu papel”. De acordo com ele, esse papel é manter autonomia em relação ao governo e mobilizar a sociedade por mudanças. “Vamos pressionar Lula para que faça um governo mais de esquerda”, ressalta.Petta disse que a pressão dos movimentos sociais será importante para se opor à cobrança que o presidente deve receber para que mantenha um governo moderado.A principal bandeira dessas mobilizações, acrescentou, deve ser desenvolvimento com distribuição de renda. “Queremos que o governo enfrente a ditadura do mercado financeiro”, disse, acrescentando que há outras reivindicações, como a reforma agrária, a reforma universitária e investimento em educação básica.