Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Organização Internacional do Trabalho (OIT)divulgou hoje (30) um estudo que mostra que, entre 1995 e 2005, onúmero de jovens desempregados no mundo aumentou de 74 para 85 milhões,um aumento de 14,8%. O relatório acrescenta que 25% da população jovem,cerca de 300 milhões de pessoas, vivem abaixo da linha de pobreza, commenos de US$ 2 por dia.
O relatórioTendências Mundiais do Emprego Juvenil 2006 afirma que há no mundo 1,1bilhão de jovens entre 15 e 24 anos. Destes, um em cada três estãobuscando trabalho sem êxito, abandonaram a busca ou estão empregados,mas ganham menos de US$ 2 por dia.
Pesquisasindicam que a população juvenil cresceu 13,2% entre 1995 e 2005, mas aquantidade de empregos aumentou somente 3,8%. De acordo com o estudo, apossibilidade de um jovem ficar desempregado é o triplo dapossibilidade de um adulto.
A OIT estimaque sejam necessários 400 milhões de empregos em todo o mundo paraaproveitar o potencial da juventude. “A juventude ociosa custa muito”,diz o relatório, afirmando que a impossibilidade de encontrar empregogera nos jovens sensação de vulnerabilidade e inutilidade.
Segundoo diretor-adjunto da OIT no Brasil, José Carlos Ferreira, aoenfrentar o mercado de trabalho, o jovem sofre três tipos deresistência: resistência em função do nível educacional baixo, falta deformação técnica exigida pelo mercado e baixo nível social. “Éfundamental que esses jovens tenham um apoio, uma mão que lhes sejaestendida para conseguir o primeiro emprego. Quanto mais difícil asituação social do jovem, mais difícil a sua inserção no mercado detrabalho”, disse.
A taxa de desemprego maiselevada foi encontrada na região do Oriente Médio e África do Norte,com 25,7%. A Europa Central e o Leste Europeu (fora da UniãoEuropéia) e a Comunidade Européia têm a segunda maior taxa, 19,9%. AÁfrica subsaariana apresentou 18,1% de desemprego juvenil, seguida pelaAmérica Latina e Caribe, com 16,6%.
A regiãodas economias industrializadas e a União Européia foram as únicas queapresentaram queda no desemprego juvenil nos últimos dez anos, fatoratribuído à menor participação dos jovens na força de trabalho. Apesardisso, a pobreza persiste em cerca de 56% dos jovens trabalhadores nomundo.