Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Duzentos quilos de moluscos apreendidos na madrugada de ontem (29) foram incinerados nesta segunda-feira por fiscais do Instituto Estadual de Florestas (IEF), por falta de condições de conservação, já que são alimentos altamente perecíveis.A carga representa mais de oito mil unidades da espécie conhecida como “pepino do mar” e foi pescada ilegalmente no recém-criado núcleo de preservação ambiental de Paraty-Mirim, na costa verde fluminense. Cinco pessoas foram presas e autuadas na lei de crimes ambientais, quando transportavam os moluscos para restaurantes de São Paulo. As detenções foram fruto de denúncia anônima.O presidente do IEF, Maurício Lobo, disse que a pesca predatória continuará a ser combatida. “Acho que tudo é possível fazer na retirada da natureza, desde que se faça o manejo adequado. O problema é uma retirada dessas, feita de forma predatória, sem nenhum manejo, como respeito à época de reprodução e tamanho adequado", observou. "É importante que o público conheça e tenha mais informações sobre os cuidados necessários. A gente espera desbaratar uma rede de pessoas que depredam a natureza”.O pepino do mar vive em áreas conservadas, sem poluição, e é amplamente usado na indústria de cosméticos. Segundo Lobo, muitos produtos da biodiversidade do país ainda estão sendo descobertos e uma das alternativas para estudos e comercialização é a criação em cativeiro, sem agredir a natureza. “É importante preservar. Isso é um patrimônio não só do estado, mas de todo o Brasil”.Essa foi a primeira apreensão de pesca predatória na região. O núcleo de Paraty-Mirim é considerado um ponto estratégico de entrada para a área de preservação ambiental do Saco do Mamanguá, que faz limite com a reserva ecológica de Joatinga. Até agora, a área estava ameaçada por invasões.