É possível construir agenda comum com oposição, diz prefeito de Belo Horizonte

30/10/2006 - 16h38

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), disse acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está disposto e “bem intencionado” a procurar os partidos políticos nos próximos dias para que, juntos, possam conversar e construir uma agenda comum de desenvolvimento para o Brasil.Em seu primeiro pronunciamento como presidente reeleito, ontem (29) na avenida Paulista, em São Paulo, Lula disse que pretendia reunir os partidos para discutir essas questões.“Eu sempre defendi que os partidos precisam se entender. Para além das divergências partidárias, temos uma agenda que pode ser construída, uma agenda comum para o Brasil. Acho que há lideranças, tanto no PT quanto no PSDB, que pensam como eu”, respondeu Pimentel, ao ser indagado sobre uma possível articulação política entre o petistas e os tucanos.Ele também não descartou uma possível relação de Lula com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). “Acho que há uma possibilidade muito grande de um diálogo proveitoso entre Lula e Aécio, sem abrir mão das convicções partidárias de cada um", avaliou. "Estar em partidos diferentes não significa que não se possa trabalhar junto pelo interesse do país. No período eleitoral, foi natural que relações ficassem um pouco em suspenso. Agora passou. É de se esperar que essas conversas aconteçam com facilidade e com rapidez a partir de agora”. Pimentel falou com os jornalistas no Palácio do Planalto, onde veio para um encontro com o presidente. “Vim trazer os resultados de Minas para o presidente e cumprimentá-lo pela brilhante vitória neste domingo”, explicou. Em Minas Gerais, Lula venceu o candidato tucano Geraldo Alckmin com uma ampla vantagem. O candidato petista obteve 65,19% dos votos válidos frente 35,81% do peesedebista.O prefeito também comentou sobre a necessidade de o Partido dos Trabalhadores “fazer uma profunda reflexão”, principalmente depois dos escândalos recentes que envolveram integrantes do partido. “O PT tem que procurar se adaptar, ser um partido de massas vinculado à institucionalidade brasileira, comprometido com as transformações sociais pela via institucional. Esse é um grande desafio. O partido certamente está pensando nisso. Há uma preocupação  geral no partido em torno dessa reflexão”.Ao chegar no Palácio do Planalto, Lula foi recebido por servidores, na garagem privativa do palácio. Ao descer do carro, cumprimentou os funcionários e, em seguida, todos rezaram juntos o “Pai Nosso”.