Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Cuiabá (MT) - Depois de quase cinco dias de julgamento, o júri popular emMato Grosso absolveu, na madrugada de hoje (29), o ex-delegado depolícia Ronaldo Antônio Osmar, da acusação de responsabilidade noassassinato do missionário jesuíta Vicente Cañas. O crime ocorreu há 19anos na terra indígena dos Enawenê-Nawê, no Mato Grosso, e até hoje nãohavia sido julgado.Vicente foi morto a facadas por defender a demarcação da terra do povo Enawenê-Nawê, e seu corpo foi encontrado 40dias depois do crime na porta do barraco onde morava. A sentença dojúri confirmou que o missionário jesuíta foi mesmo assassinado, masabsolveu Ronaldo de responsabilidade por não conseguir estabelecer aligação entre ele e o crime. Ronaldo Osmar era delegado de polícia de Juína,município proximo à terra indígena, na época do crime.Dos seis acusados de participação na morte de Cañas, doisjá morreram, dois atingiram 70 anos, o que faz com que a acusaçãocontra eles prescreva, Ronaldo foi absolvido e o último acusado, opistoleiro José Vicente da Silva, vai enfrentar o tribunal na próximasemana. O júri popular começa no dia 6 de novembro na Justiça Federalem Mato Grosso.