Cai número de crimes eleitorais no segundo turno, diz Polícia Federal

29/10/2006 - 20h23

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma eleição tranqüila no segundo turno é a avaliação da Polícia Federal (PF). Em todo o país, até às 17 horas, foram registradas 31 prisões e a abertura de 16 Termos Circunstanciais de Ocorrência (TCO). Número bem abaixo do registrado no primeiro turno, quando ocorreram 224 prisões e 149 TCO. O estado com o maior número de registros hoje (29) foi o Pará, com 14 prisões e sete TCO.O TCO é a abertura de inquérito para crimes eleitorais considerados de menor potencial ofencivo. Infrações como prática de boca de urna, venda de bebida alcoólica, propaganda ilegal, doação de vale combustível para transporte de eleitores, porte ilegal de arma e perturbação da ordem e injúria.Os números foram divulgados no final desta tarde, durante entrevista coletiva do chefe da Divisão de Assuntos Sociais e Políticos da PF, delegado Lázaro Moreira da Silva. “Foi uma eleição calma em comparação com o primeiro turno e com eleições passadas. O número de ocorrências diminuiu bastante. Nós não tivemos acidentes mais graves, de brigas, de tentativa de homicídio. Tudo dentro da normalidade”.Segundo ele, a queda nas infrações é reflexo de um segundo turno com menos cargos em disputa, o que resultou em um número menor de pessoas trabalhando para candidatos em busca de votos. Nos estados onde não houve eleição para governador, de acordo com a PF, não foi verificado boca de urna nem aliciamento de votos.A boca de urna continua sendo a principal infração eleitoral. Foram 27 casos em todo o país. O Pará ficou na dianteira, com 14 ocorrências. Os demais estados são: Alagoas, um TCO e uma prisão; Espírio Santo, uma prisão e um TCO; Goiás, um TCO e duas prisões; Maranhão, 10 prisões e seis TCO; Pará, sete TCO e 14 prisões; Rondônia, três TCO e três prisões; Roraima, um TCO e uma prisão. Os presos vão responder pelos crimes na Justiça. A sanção vai de pena de prisão com até dois anos de reclusão a pagamento de multa, que varia de R$ 5.320 a R$ 15.961.Três ocorrências chamaram a atenção da PF. Em Florianópolis (SC), foram apreendidos três panfletos com propaganda racista. Não houve prisão e a polícia não divulgou qual tipo de alusão racista e contra qual candidato ou coligação. Em Rondônia, uma pessoa foi presa com um adesivo por injúria eleitoral contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. A peça publicitária trazia uma mão com quatro dedos e o slogan: “Mais quatro anos, não”. A pena é de até seis meses de prisão, mais um terço de aumento na pena por ser injúria contra o presidente da República.Em João Pessoa (PB), no mesmo apartamento onde ontem foi jogado um embrulho com R$ 304 mil, a PF invadiu o imóvel nesta manhã e encontrou mais R$ 103 mil, além de uma pistola, material de campanha, documentos e computadores. Todo o material foi apreendido. Ninguém foi preso. O dinheiro seria para a compra de voto, segundo a polícia, e amanhã será aberto inquérito. A apuração das ocorrências feitas pela PF não inclui os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujos registros são feitos pela Polícia Civil.