Investigação sobre dossiê leva à acusação de sócios que usaram "laranjas" para obter dólares

26/10/2006 - 20h25

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal (PF) indiciou dois donos da corretora Vicatur, Fernando Ribas Soares e Sirlei da Silva Chaves, por falsificação de documentos (artigo 304 do Código Penal) e por atribuir a terceiros falsa identidade para operação de câmbio (artigo 21 da Lei Contra o Sistema Financeiro). As informações são da assessoria de imprensa da PF.Os dois proprietários, em depoimento prestado ontem no Rio de Janeiro,confessaram ter usado o nome de outras pessoas para comprar e venderdólares. Parte desse dinheiro, segundo a Polícia Federal, foi utilizadana tentativa de compra do dossiê contra políticos tucanos.Quatro das pessoas que tiveram o nome usado foram ouvidas, na condição de vítimas, pela Polícia Federal em Minas Gerais. O Cadastro de Pessoa Física (CPF) delas teria sido comprado pelos proprietários da Vicatur de Levi Luiz da Silva. Ele também prestou depoimento ontem, no Rio de Janeiro.A PF, em operação de busca e apreensão, apreendeu na empresa os originais dos documentos de compra e venda de dólares e o cadastro da empresa com os nomes das pessoas que fizeram as operações de câmbio.A polícia ressalta que as acusações não se deram por participação na compra do dossiê, já que ainda não há provas disso, mas apenas indícios de que isso ocorreu.O delegado Diógenes Curado Filho volta ainda hoje para Cuiabá. Amanhã, deve publicar um novo relatório sobre a investigação. A expectativa é que a origem de parte do dinheiro seja revelada.O primeiro crime prevê reclusão de um a quatro anos, e o segundo, de dois a seis anos.