Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A indústria de transformação de São Paulo registrou em setembro o segundo melhor resultado dos últimos seis anos na geração de novos postos de trabalho para esse mês do ano. O nível de emprego subiu 0,28% sobre agosto passado, com a criação de 5.974 postos de trabalho. Essa variação só ficou abaixo de setembro de 2004, quando houve aumento de 0,75%. No ano passado, o emprego havia crescido 0,20% com a absorção de 4.257 trabalhadores no mercado. De janeiro a setembro deste ano, a indústria ampliou seus quadros em 61.935 pessoas, 2,96% maior do que no início do ano. Nos últimos 12 meses corridos, houve uma variação positiva de 0,37%, com a contratação de 7.185 novos empregados na indústria.Os dados foram divulgados hoje (18) pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). A pesquisa Nível de Emprego Regional da Indústria é realizada mensalmente em 1.946 indústrias, que empregam 711 mil pessoas. Segundo os cálculos do Ciesp, o crescimento foi maior no interior do estado (+ 0,32%). Na Grande São Paulo, a variação ficou em 0,14%.De acordo com a análise de Carlos Cavalcanti, economista-chefe do Ciesp, o bom desempenho é reflexo do aquecimento no comércio varejista e da renovação de estoques para as vendas de final de ano. Cavalcanti disse que dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que na virada de julho para agosto houve um crescimento de 2,6% nas vendas do varejo no país. A previsão dele para este mês é de “um outubro morno”, com uma variação estável próxima de zero ou 0,1%.Em sua avaliação, no fechamento do ano o resultado do emprego deverá ser um pouco melhor do que em 2005, podendo “repetir em novembro o mesmo desempenho registrado em 2004”. Apesar disso, observou que tradicionalmente “são ruins os resultados do último trimestre”, em comparação com os demais períodos do ano.O diretor do Departamento de Economia do Ciesp, Boris Tabacof, comentou que a grande expectativa agora dos empresários é sobre o comportamento do mercado no ano que vem, sobretudo do mercado internacional. “Vai-se criando cada vez mais ansiedade sobre 2007”, afirmou. Tabacof voltou a se queixar do valor depreciado do dólar, apontando que as exportações têm crescido mais em valores financeiros por conta de elevação do preço das mercadorias e não em volumes físicos de vendas. E destacou que “o número de exportadores tem diminuído, ficando concentrado entre os segmentos de matérias-primas”.