Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro César Asfor Rocha, corregedor-eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou hoje (18) que ainda está analisando dois pedidos da coligação Por um Brasil Decente (PSDB/PFL). Até a próxima sexta-feira, Asfor Rocha considera que já terá uma definição sobre os dois pedidos.O primeiro é se deve abrir ou não uma nova investigação eleitoral contra o candidato à reeleição presidencial Luiz Inácio Lula da Silva (PT/PCdoB/PRB). O motivo, desta vez, é a declaração de apoio do governador reeleito do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS). A coligação de Lula já está sendo investigada pelo TSE por possível envolvimento na tentativa de comprar um dossiê contra José Serra, então candidato do PSDB ao governo paulista.A coligação do candidato Geraldo Alckmin, adversário de Lula, considera que o apoio só teria sido divulgado após uma promessa do presidente em liberar cerca de R$ 3 bilhões para o agronegócio em Mato Grosso. A campanha de Alckmin entendeu que a decisão do presidente da República configurou abuso de poder econômico e político. Na ação proposta, é pedido que o presidente seja notificado para apresentar sua defesa em cinco dias, que o governador Maggi seja ouvido como testemunha e que, se julgada procedente a representação, Lula tenha seu registro cassado.O segundo pedido feito pela coligação de Alckmin é para que seja juntada ao processo que corre no TSE sobre a venda do dossiê uma reportagem da última edição da revista Veja. Com base no relato anônimo de três policiais federais, a revista afirma que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, teria interferido para que um dos acusados da tentativa da compra do dossiê, Gedimar Passos, voltasse atrás em seu depoimento sobre a participação no esquema do ex-assessor especial da Presidência da República, Freud Godoy.A coligação de Alckmin também pede que sejam ouvidos os jornalistas que escreveram a matéria, além de dois agentes da Polícia Federal que teriam permitido um encontro, dentro da superintendência da PF em São Paulo, entre Godoy e Gedimar.