Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, informou que (11) que vai comunicar comunicando à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA) as denúncias de que moradores de rua de Paranaguá, no litoral do estado, teriam sido expulsos da cidade, depois de torturados física e psicologicamente por guardas municipais da prefeitura. Segundo o secretário, o Ministério da Justiça também será comunicado para que possam ser tomadas providências quanto à gestão da Secretaria Municipal de Segurança. “O que estava acontecendo em Paranaguá é um absurdo, que fere todos os princípios dos direitos humanos e a liberdade de ir e vir dos cidadãos. Além das investigações e prisões, o fato deve ser levado ao conhecimento dos órgãos internacionais que lutam pela defesa dos direitos humanos”, afirmou Delazari.As investigações começaram em março deste ano, depois que o padre Adelir Antonio de Carli denunciou a prática dos guardas municipais ap Ministério Público Estadual, que repassou as investigações à Secretária de Segurança do Paraná. A Polícia Civil passou, então, a investigar o caso e efetuou as prisões temporárias do secretário municipal de Segurança Pública, Álvaro Domingos Neto, e de quatro guardas. A polícia está à procura de três guardas que estão foragidos.De acordo com inquérito concluído pela Polícia Civil, os guardas municipais retiravam à força mendigos das ruas da cidade e os torturavam e abandonavam em locais afastados ou em vias públicas da periferia de Curitiba. Segundo as denúncias, alguns mendigos foram abandonados na cidade de Registro, no interior de São Paulo, e outros no lixão de Paranaguá, nas cavas do Imbucuí e no Viaduto dos Padres, na BR-277, entre o litoral do estado e a capital, Curitiba.“Temos relatos de que dois mendigos foram abandonados em uma ponte, na Serra do Mar, e seus pertences foram jogados lá para baixo. E eles foram ameaçados de morte, se voltassem para Paranaguá. Foram deixados no meio do viaduto, a pé”, contou o delegado Valmir Soccio, da Subdivisão de Paranaguá.