Conversor de R$ 100 para sinal de TV digital ainda é caro, avalia acadêmica

11/10/2006 - 19h28

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O custo de aproximadamente R$ 100 do aparelho de conversão do sistemaanalógico de televisão para o digital, estabelecido pelo Ministériodas Comunicações, fará com que muita gente não possa comprar oequipamento. A avaliação é da diretora acadêmica adjunta da Coordenação deProgramas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), Claudia Werner, da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro.“A questão da inclusão já começa a ficar relativa, porque um sujeitoque ganha um salário mínimo não vai poder dar R$ 100 para comprar umacaixinha como aquela”, disse hoje (11) à Agência Brasil.O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou ontem que o preço do  conversor, cerca de R$100, “é mais barato do que ter que trocar o televisor”. Em março, o ministrodisse que linhas de financiamento estavam sendo estudadas. "No BancoPopular, por exemplo, o terminal para fazer a conversão poderá ser financiadopor R$10 por mês. Estamos oferecendo um crédito para que todo brasileiro quetem um televisor em casa possa comprar o terminal".Werner disse que os preços sugeridos pelo mercado oscilavam de R$ 50 a R$ 400, dependendo dascapacidades do conversor. Ela frisou que R$ 50 seria o valor desejado, mas esseseria um aparelho sem grandes funcionalidades ou aplicativos, “o mais simplespossível”, capaz apenas de converter o sinal – apelidada de “caixinha burra”.Um conversor mais completo permitiria inclusive algum tipo de interatividade,como já ocorre com canais a cabo ou a internet. Uma caixa com maisfuncionalidades é que encarece o equipamento, explicou Werner. A diretora daCoppe avaliou que o custo estimado pelo ministro Hélio Costa  é um meiotermo entre a “caixa burra” e uma de melhor performance.