Acaba rebelião na Penitenciária Urso Panda, em Rondônia

11/10/2006 - 15h06

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Depois de três dias, chegou ao fim a rebelião dos presos daPenitenciária Urso Panda, em Porto Velho, capital de Rondônia. Foram liberados37 reféns, entre eles quatro crianças, rendidos no domingo (8) à tarde, duranteo horário de visita. No início, eram 46 reféns, todos parentes dos detentos,mas nove já haviam sido liberados ontem (10). Durante o motim, um preso ficouferido.A rebelião acabou sem acordo entre as autoridades locais eos presos, segundo o tenente Marcos Freire, encarregado da negociação por parteda Polícia Militar. Os detentos pediam a substituição da diretoria do presídioe o retorno de quatro detentos que haviam sido transferidos para apenitenciária do município de Rolim de Moura, a cerca de 600 quilômetros dacapital do estado.“As solicitações que eles fizeram não foram atendidas, [arebelião] acabou em virtude do desgaste, os presos estavam debilitados, há trêsdias sem comer, e acharam por bem que não havia motivo para continuar essemovimento”, disse o tenente, em entrevista por telefone à Agência Brasil.Durante a rebelião, também foram cortadas a energia e a água da penitenciária.De acordo com Marcos Freire, na segunda-feira (9) à tarde umpreso teve um dos dedos cortado pelos próprios colegas. “Tiraram o dedoindicador da mão direita e jogaram para mim, como uma forma coercitiva de fazercom que as reivindicações fossem atendidas”.Após o motim, policiais da Companhia de Operações Especiaisfizeram uma varredura no presídio e constataram que 15 celas foram danificadas.Segundo Freire, os presos também começaram a cavar um poçona quadra de esportes, na tentativa de encontrar água.Segundo o tenente, o Urso Panda não enfrenta o problema dasuperlotação; há 320 vagas e 240 presos. Marcos Freire disse ainda este anoocorreram pelo menos outras três rebeliões na penitenciária. “Essa é a quarta, só que eu me lembre”, disse.