Thais Brianezzi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O faturamento das cerca de 450 empresas do Pólo Industrial de Manaus entre janeiro e agosto deste ano foi 25% superior ao dos oito primeiros meses de 2005, atingindo cerca de R$ 32 bilhões. Ao lado do setor de eletroeletrônicos, os bens de informática responderam por 54% desse ganho, o que é uma boa notícia para os institutos de pesquisa e desenvolvimento da região, segundo o consultor da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Aristides Oliveira Jr. A Lei de Informática reduz a porcentagem do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado das empresas do setor que investirem pelo menos 5% do faturamento bruto em pesquisa e desenvovilmente. Instituída em 1991 e prorrogada na última terça-feira (26) até 2019, a lei é válida para todo território nacional, exceto a Zona Franca de Manaus. “Aqui as empresas [de qualquer ramo industrial] já tinham isenção de IPI, mas em 1991 foi editada uma lei que também obrigou o setor de informática a investir 5% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento”, explicou Oliveira Jr. “Suas regras valem até 2013 e o decreto de prorrogação está sendo discutido na Casa Civil”. A Suframa ainda não divulgou os investimentos em pesquisa e desenvolvimento feitos pelas empresas de informática do Pólo Industrial de Manaus em 2005. Em 2004, o total foi de R$ 248,13 milhões – dos quais R$ 133,93 [2,7% do faturamento] foram destinados a projetos internos e R$ 114,20 milhões [2,3% do faturamento] a projetos externos, conforme determina a lei. Uma empresa internacional de celulares, por exemplo, gastou R$ 8,4 milhões na montagem de seu laboratório de desenvolvimento de novos produtos e processos. Um dos institutos beneficiados com os investimentos externos foi a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), criada em 1982. O coordenador de Desenvolvimento de Tecnologias Industriais da Fucapi, Rogério Azevedo Pereira, afirmou que a obrigatoriedade de as empresas de informática destinarem parte do faturamento a pesquisas mudou a realidade de trabalho com pesquisa e desenvolvimento na Amazônia. “Os benefícios foram tremendos para nós. Pudemos dar visibilidade à nossa competência. Até então, não se conseguia com uma facilidade tão grande desenvolver projetos junto com as empresas”, disse Pereira.Segundo ele, um dos projetos mais bem-sucedidos da Fucapi foi desenvolvido em parceria com uma empresa internacional e resultou em um equipamento para testes de queda de telefones celulares. “Tivemos um êxito muito grande. Esse protótipo foi enviado também para os Estados Unidos, Finlândia e Dinamarca”, afirmou. A expectativa da Suframa é que o Pólo Industrial de Manaus encerre o ano com cerca de R$ 48 bilhões de faturamento, o que significaria crescimento de 16% em relação a 2005. Entre janeiro e agosto, as empresas do Amazonas produziram quase 285 mil microcomputadores – em todo ano passado, foram apenas 154 mil.