Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os próximos parlamentares a ocupar o Congresso Nacional terão a tarefa de fazer uma reforma radical do sistema político brasileiro. "E, para isso, é preciso uma pressão da própria sociedade", avalia José Antônio Moroni, do Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos (Inesc).Em entrevista ontem (1º) à Radiobrás, ele destacou que não basta realizar mudanças no sistema eleitoral, já que, segundo ele, o aspecto principal está no sistema político como um todo.O novo Congresso, acrescentou Moroni, deve representar a pluralidade que existe na sociedade brasileira e se preocupar mais com a questão dos direitos humanos. "O Congresso, de um modo geral, tem pouca sensibilidade em relação aos direitos humanos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais. Tem pouca sensibilidade em entender a riqueza que é o conceito da defesa desses direitos", avaliou. Na opinião dele, os parlamentares também não se preocupam com a implementação das leis. "Ficam muito na questão da votação, da discussão da legislação". Para o professor de história da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Adolar Koch, é essencial para o país que haja uma reforma partidária. "A forma como o presidente da República é eleito e a forma como os partidos estão estruturados nos sistemas políticos acabam inviabilizando uma boa relação entre os poderes", disse. Ele destaca que, quando o presidente não tem a maioria no Congresso, precisa fazer acordos, criando dificuldades para essa relação entre os poderes Executivo e Legislativo. Na opinião de Koch, o grande número de Medidas Provisórias (MPs) também dificulta a convivência entre os dois poderes. "É um empecilho e traz uma dificuldade muito grande no sentido de fazer a lei", afirmou.