Operação Voto Limpo termina sem registro de homicídios

01/10/2006 - 23h14

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Deflagrada para combater crimes eleitorais emtodo o país, a Operação Voto Limpo registrou flagrantes de compra de votos, práticade boca de urna e embaraços ao processo eleitoral, mas nenhum caso de homicídio.O balanço foi feito, agora à noite, pelo coordenador geral de Defesa Institucionalda Polícia Federal, delegado Lázaro Moreira Silva.  Em Belém, um mesário foi preso porqueestava bêbado, tratou mal os eleitores e interferiu na votação. Outro eleitor foipreso por se recusar a trabalhar como mesário, para substituir um ausente. Aindaem Belém, a Polícia Federal detonou um artefato suspeito encontrado numa seçãoeleitoral. No Acre, cinco pessoas foram presas em flagrante por crime eleitoral(boca de urna e compra de votos). Em Alagoas, ocorreram seis detençõespor prática de boca de urna. O candidato a vereador Fernando James, filho docandidato ao Senado Fernando Collor, foi detido e liberado depois, por fazerirregularmente propaganda para seu pai. No Ceará, foram registrados quatroflagrantes e lavradas seis detenções, por transporte de eleitores e prática deboca de urna. No Distrito Federal, foram detidas 25pessoas, sendo duas presas em flagrante. Em Caldas Novas, Goiás, foram detidas cincopessoas e, em Mato Grosso, oito, por prática de boca de urna. No Pará, foramlavradas 15 detenções e presas 24 pessoas. Na Paraíba, houve uma prisão emflagrante e quatro detenções . Houve um caso de compra de voto e três depropaganda eleitoral irregular. No Piauí, uma pessoa foi presa emflagrante e cinco foram detenções. No Paraná, a prática de boca de urna levou duaspessoas para prisão. Em Campos dos Goytacazes, no Rio, foi presa em flagrante umapessoa que distribuir R$ 42 mil entre eleitores em troca de votos (R$ 50 por voto).Em Santa Catarina, foram detidas três pessoasque faziam distribuição de camisetas de propaganda, as quais foram depoisliberadas. Em Aracaju, foi instaurado inquérito para apurar o caso de eleitorque queria votar no lugar de outro. A pena para esses casos é de um a três anosde prisão. Em Tocantins, houve uma prisão em flagrante etrês detenções. Em Roraima e no Ceará, foram apreendidos R$ 11.800, que seriamdestinados à compra de votos. No Acre, a distribuição de vale combustível,com valores entre R$ 200 e R$ 300, resultou em prisão.De acordo com o delegado Lázaro Moreira Silva,a Operação Voto Limpo constatou que houve redução no número de delitoseleitorais em relação ao pleito anterior, embora não tenha fornecido númeroscomparativos a 2004 e 2002. Segundo o delegado, houve redução dofluxo de eleitores do entorno para Brasília e cidades satélites do Distrito Federal.A Polícia Federal esteve presente, em maior número, no Amapá, Amazonas,Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Roraima, Rio Grande do Norte, Rio Grandedo Sul, São Paulo, Espírito Santo e  Minas Gerais.