Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, disse hoje (29) que as fotos divulgadas pela imprensa do dinheiro que seria usado por petistas para compra de um dossiê contra candidatos tucanos é "algum tipo de articulação de alguém do PSDB com alguém da Polícia Federal" para prejudicar as eleições do próximo domingo (1º)."Teve uma tentativa desesperada de criar um fato novo de maneira ilegal, inclusive o processo corre sob segredo de Justiça. Certamente, decorreu de algum tipo de articulação de alguém do PSDB com alguém da Polícia Federal. Isso é uma postura antidemocrática, tentando desestabilizar o processo eleitoral, mas o povo brasileiro já tem experiência", afirmou aos jornalistas no Palácio do Planalto.A Polícia Federal apreendeu, neste mês, US$ 248,8 mil e R$ 1,168 milhão com Valdebran Padilha, ex-filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), e Gedimar Passos, agente aposentado da Polícia Federal, que serviriam para a compra do dossiê. O dinheiro foi encontrado em dois quartos de um hotel próximo ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo.O dono da Planam, Luiz Antonio Trevisan Vedoin, e seu primo Paulo Roberto Trevisan Vedoin são acusados de planejar a venda, por cerca de R$ 2 milhões, de imagens de vídeo, uma agenda e fotografias que poderiam envolver políticos tucanos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento Geral da União. A Planam é acusada de ser a empresa operadora do esquema.Tarso comparou a divulgação das fotos do dinheiro ao caso da vinculação dos seqüestradores do empresário Abílio Diniz ao PT nas eleições de 1989, depois de terem sido fotografados com camisetas do partido. Depois, foi descoberto que os seqüestradores foram obrigados a vestir as camisetas. "Quem fez isso naquela época, certamente, está fazendo isso agora também". O ministro viajou para Porto Alegre (RS) onde irá votar.