Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os partidos políticos e os veículos de comunicação são os principais clientes das cerca de 30 empresas que realizam pesquisas de intenção de voto no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep). “É interessante para a mídia, que produz informação, e para os partidos, que podem mudar a estratégia de campanha durante o processo eleitoral”, analisa o presidente da Abep, Waldyr Pilli.Mas há organizações da sociedade civil que encomendam as pesquisas eleitorais. Inclusive, as pesquisas para eleições presidenciais, que são feitas por apenas cinco institutos no país. Uma das organizações é a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que encomenda, há 15 anos pesquisas ao mesmo instituto. “Buscamos saber a opinião dos eleitores sobre temas determinados para estabelecermos estratégias de comunicação com a sociedade”, conta o diretor de operação da CNI, Marcos Guarita.As pesquisas eleitorais também tornam-se, segundo Guarita, uma forma de “reformular as estratégias de comunicação com os próprios candidatos”. “Dá a oportunidade da confederação reforçar as teses e projetos que defende com eles durante a campanha”.Para os institutos de pesquisa, a procura em período eleitoral representa um ganho. “Em ano eleitoral, ele representa 15% do volume total de trabalho feito pelas empresas de pesquisa. O crescimento no faturamento pode chegar a 20%, dependendo do ano”, calcula o presidente da Abep.Registros feitos no TSE mostram que uma pesquisa eleitoral com 4 mil pessoas em diferentes regiões do país – amostra considerada representantiva – chega a custar, para quem contrata, R$ 130 mil.