Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, anunciou há pouco, em entrevista coletiva, que o governo da Bolívia suspendeu a decisão que tirava da Petrobras o controle de caixa das refinarias e obrigava a empresa brasileira a entregar sua produção naquele país à estatal YPFB. A suspensão foi definida, segundo Garcia, depois de gestões com o vice-presidente Álvaro Garcia Linera, que à tarde falou "em nome do presidente Evo Morales". Em telefonema ao Palácio do Planalto, Linera comunicou "a revogação ou congelamento indefinido" da decisão, "transferindo aqueles pontos que constavam da resolução do Ministério de Hidrocarbonetos da Bolívia para a mesa de negociação". Marco Aurélio Garcia lembrou que essa tinha sido a proposta do Brasil, aceita pelos delegados bolivianos durante conversações há algumas semanas. E disse que a decisão "foi um processo autônomo do governo boliviano – simplemente ponderei que as medidas adotadas não correspondiam ao clima que havíamos gerado em Brasília durante a visita do vice-presidente Garcia Linera". As novas negociações, acrescentou o assessor da Presidência da República, serão retomadas conforme estava previsto inicialmente: "Foi desagradável para o Brasil que a decisão de ontem [13] tenha sido tomada na véspera da chegada a La Paz de delegação brasileira de alto nível, chefiada pelo ministro das Minas e Energia, Silas Rondeou, pelo presidente da Petrobras e por diplomatas que iam iniciar o processo de negociação de questões que ficaram pendentes com a instituição da lei de hidrocarbonetos da Bolívia".