Gilberto Gil anuncia fórum nacional para discutir a TV pública

14/09/2006 - 16h33

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro da Cultura, Gilberto Gil, anunciou hoje (14) queaté o final do ano será realizado o 1o Fórum Nacional de TVsPúblicas, com a participação de representantes dos governos federal, estaduaise municipais, da sociedade civil e de setores ligados à produção de televisão.O ministro participou do painel O Governo e a TV Pública, realizado noprimeiro dia do Seminário Internacional de Televisão Pública, na TV Cultura. De acordo com o ministro, o encontro pretende discutir,formular e enunciar as questões essenciais de um plano de desenvolvimento paraa TV pública brasileira. “Todos que quiserem poderão participar desse fórum. Énecessário que todo mundo queira participar da discussão sobre televisão noBrasil”, disse. Segundo Gil, os assuntos debatidos serão a política defortalecimento dos conteúdos para a TV pública, infra-estrutura e necessidadede atualização tecnológica das TVs públicas, financiamento e capacidade deinvestimentos para o desenvolvimento das programações, revisão de aspectos jurídicose institucionais para atuação dessas emissoras e a racionalização dorelacionamento das TVs públicas com o governo federal.Na avaliação do ministro, o país tem todos os elementos paraconstruir a identidade da TV pública, faltando apenas “tirar a foto” do modelode TV pública ideal para o Brasil. “Essa foto é um mosaico feito de váriaspastilhinhas que são a contribuição de cada um, de cada setor, de cadapensamento, dos setores independentes e dirigentes da televisão no Brasil”. Gildisse que é preciso unir a opinião de todos os setores para  construir aface da televisão pública brasileira para o século 21, para então facilitar odiálogo com o Brasil globalizado.Para o ministro, o modelo de TV digital adotado pelo Brasildeve proporcionar mais inclusão e diversidade para o país, já que em um canalanalógico cabem oito canais digitais, propiciando mais variedade deprogramação. “Isso dá possibilidades imensas de inclusão de novos atores,consumidores, parceiros”. Gil enfatizou que é preciso evitar que o modelo que seráimplantado bloqueie as possibilidades de inclusão. “Temos que evitar que a TVdigital seja apenas uma repetição do modelo analógico, tal como ele foi atéagora. Para isso o governo está discutindo e tem grande responsabilidade”. O ministro lembrou que para que a TV digital cumpra seuobjetivo de inclusão, foi formado um grupo interministerial que dialoga entresi e com a sociedade para garantir a democratização e ampliação desse projeto.“É preciso agora ter o papel crítico, profundo, que critique a proposta que ogoverno fez, enriqueça essa proposta e exija que o governo opte por um modeloque não seja empobrecedor”. Gilberto Gil disse que a questão tecnológica que foidiscutida até então deve ser enriquecida com a discussão sobre o conteúdo a serexibido na TV digital. “Esse modelo real de televisão é que vai levar emconsideração a casa, o lar, o terminal do público, para além da questãomeramente tecnológica”. Para ele a sociedade não pode perder a oportunidade dediscutir as opções para construir a televisão digital, para não correr o riscode repetir o modelo de televisão que já existe. “Isso não interessa a ninguém”.