Sucesso da Timemania depende da motivação dos torcedores, diz ministro

06/09/2006 - 15h47

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A relação de desconfiança entre torcedores e clubes podecomprometer os resultados esperados com a Timemania, loteria que vai arrecadarrecursos para o pagamento de dívidas de clubes de futebol com a União. Estadeve ser uma das principais tarefas do comitê formado por representantes dogoverno e de clubes de futebol, que começam a trabalhar na regulamentação dojogo nos próximos dias. “A Timemania é uma aposta. Se as pessoas não tiveremmotivação para participar dos sorteios, isso pode limitar o alcance e o impactoque essa iniciativa pode ter”, alertou o ministro do Esporte, Orlando SilvaJúnior. Em entrevista ao programa Redação Nacional, da Rádio Nacional do Riode Janeiro, o ministro adiantou que o comitê vai estabelecer mecanismospara a sociedade acompanhar o funcionamento da loteria, que deve começar noinício do ano que vem. A Timemania pode beneficiar 80 clubes de futebol no Brasil das séries A, B e C.A Caixa calcula uma arrecadação de R$ 500 milhões por ano, que serãodistribuídos entre o prêmio, os clubes que aderirem à loteria, o FundoPenitenciário Nacional, as secretarias de Esporte estaduais e do DistritoFederal, a seguridade social, para o custeio da loteria e projetos sociais doMinistério do Esporte.Na primeira fase, segundo o ministro, o dinheiro será usado para o pagamento dedívidas. De acordo com o projeto aprovado pelo Congresso, e que agora aguardasanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os clubes de futebol têm prazode 180 meses para fazer a renegociação de suas dívidas. Pelas contas do governo, os clubes de futebol devem quase R$1 bilhão ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), à Receita Federal(imposto de renda) e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Osmaiores débitos estão relacionados à Previdência Social. Assim que as dívidasforem quitadas, o dinheiro da Timemania poderá ser usado em investimentos. O ministro Orlando Silva recomendou que os clubes definam um planejamento delongo prazo. “Hoje no Brasil a principal fonte de financiamento dos clubes defutebol é a negociação de jogadores, seguida de receita de televisão,patrocínio de publicidade e bilheteria, que são fontes muito frágeis, por issoos clubes vivem muito empobrecidos. De um só modo vamos tornar clubes que têm dívidasadimplentes, criar uma fonte para pagarem essas dívidas, e essas receitas,pagas as dívidas, serão fontes de investimento para a formação de atleta emanutenção dos craques que nós temos nos nossos clubes”, afirmou.