Senador acusou parlamentares de ficarem com "beiradas" de emendas, diz presidente da CPI dos Sanguessugas

06/09/2006 - 0h42

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ),  disse ter ouvido do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) que 90% dos parlamentares recebem uma “beirada” das emendas. Biscaia foi o primeiro a depor hoje (6) no Conselho de Ética do Senado. Segundo ele, a afirmação foi feita quando o senador paraibano o procurou na sala da CPMI para ver o processo que corre contra ele.  Suassuna é acusado de participar do esquema de compra superfaturada de ambulâncias, feita, principalmente, por meio de emendas paralmentares. Hoje, ao conselho, Biscaia disse que, no mesmo instante em que ouviu as decalarações do senador, negou conhecer tal fato e afirmou que isso é crime.Ainda de acordo com o deputado, Suassuna disse que não estava envolvido no esquema, e que isso era "coisa" de seu ex-assessor, Marcelo Cardoso de Carvalho. Neste momento, a comissão ouve Carvalho em sessão reservada. O relatório da CPMI aponta que Luiz Antônio Vedoin (um dos sócios da Planan, empresa acusada de comandar o esquema) repassou a Marcelo R$ 222,5 mil.Biscaia disse, ainda, que ouviu do próprio Vedoin, quando este prestou depoimento reservado de  à CPMI, que pelo menos 70% dos parlamentares recebem dinheiro de emendas. "Fui veemente na resposta e disse que não acreditava", afirmou Biscaia ao conselho.