Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,05% em agosto frente à alta de 0,19% apurada em julho. O indicador, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a inflação oficial adotada pelo governo. Segundo a entidade, essa foi a taxa mais baixa para o mês de agosto desde 1998.No ano, o IPCA acumula alta de 1,78%, abaixo da taxa verificada em igual período do ano passado, de 3,59%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice registra alta de 3,84%, também inferior à alta de 3,97% dos 12 meses imediatamente anteriores.A queda da inflação em agosto foi puxada, principalmente, pelo recuo nos preços dos combustíveis: a gasolina passou de 0,81%, em julho, para 0,40%, em agosto. O álcool teve deflação de 0,80%, depois de registrar alta de 1,04% em julho.Em seguida, vieram as tarifas dos ônibus interestaduais (que caíram de 6,64% para 1,02%) e dos intermunicipais (de 3,14% para 0,96%).De acordo com a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, em agosto, houve reversão no comportamento dos preços do grupo Transportes, que, em julho, haviam determinado o crescimento da inflação.“Em julho, os preços dos combustíveis subiram muito devido à valorização do álcool no mercado internacional. Além disso, a alta naquele mês se refletiu em todos os outros itens do grupo Transportes, como tarifas de ônibus, passagens aéreas e preços de automóveis novos. Em agosto, esses aumentos não se sustentaram e pressionaram para baixo o IPCA”.Também contribuíram para o recuo da inflação no período a queda nos preços de aparelhos de TV e som, telefone fixo, artigos de limpeza e de higiene pessoal, tarifa de energia elétrica e remédios.O IPCA registrou aumento apenas nos salários dos empregados domésticos, que passaram de 1,18% para 2,26%. Os preços do grupo Alimentos e Bebidas ficaram estáveis de um mês para o outro.O índice, referência para a meta de inflação fixada pelo governo, é calculado com base na variação de preços de uma cesta de produtos e serviços com cerca de 300 itens, usada por famílias com renda mensal de um a 40 salários mínimos. A medição é feita em nove regiões metropolitanas do país Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Recife, Curitiba, Goiânia e Belém, além de Brasília.