Conselho Nacional de Saúde terá pela primeira vez eleição para presidente

03/09/2006 - 14h11

Cecília Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com quase 70 anos de existência, o Conselho Nacional de Saúde (CNS)terá a primeira eleição para a escolha do presidente, marcada para opróximo dia 15. A mudança cria a oportunidade inédita de que um representanteda sociedade seja eleito para a função, atualmente exercida peloministro da Saúde. “Estamos vivenciando um momento históricopara a consolidação do SUS (Sistema Único de Saúde) porque é um momentode aprofundamento da democracia”, disse a presidente da comissãoeleitoral, Elizabete Vieira, em entrevista à Radiobrás. Elizabete é representante do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).Oconselho renovou sua composição em eleição na quinta-feira (31), quandoforam escolhidas as entidades representantes dos usuários, dostrabalhadores e dos prestadores de serviços de saúde. As instituiçõeseleitas têm até o próximo dia 10 para indicar os conselheiros. Osrepresentantes do poder público são indicados pelos governosmunicipais, estaduais e federal. O número de integrantes doCNS também foi ampliado de 40 para 48 conselheiros titulares. Oobjetivo, segundo Elizabete, foi garantir maior diversidade nacomposição do conselho. Foram convidadas a participar entidades devários segmentos como o de estudantes, de gays, lésbicas, bissexuais etransgêneros, de ambientalistas, e de defesa do consumidor e dosdireitos humanos.“Houve uma maturidade política muito grande nosentido de entender a importância de ter a representação dos diversossegmentos da sociedade civil nesse conselho”, avaliou a presidente dacomissão. “Entendemos que a entrada de outras entidades é fundamentalpara o aprofundamento da democracia, para que elas também possamcontribuir com a definição da política de saúde no âmbito nacional”.Noconselho, metade das vagas é ocupada por entidades e movimentos sociaisque representam os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Os outros50% são divididos da seguinte forma: 25% para os profissionais de saúdee os outros 25% para os prestadores de serviços e o governo.