Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - A superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Pernambuco, Maria de Oliveira, solicitou pediu hoje (23) ao ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva, que compareça ao estado o mais rapidamente possível para tentar acalmar os ânimos nos assentamentos e acampamentos de reforma agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). De acordo com Maria de Oliveira, a situação tornou-se preocupante depois que o desembargador Gustavo Rodrigues Lima indeferiu ontem o pedido de habeas corpus impetrado por advogados de instituições de Direitos Humanos para libertação do coordenador do MST Jaime Amorim. Ele foi preso na última segunda-feira (21) por policias militares e está no Centro de Triagem de Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife. Amorim é acusado de incentivar a depredação de patrimônio público por ter participado de um protesto em frente ao consulado dos Estados Unidos, em novembro do ano passado, quando paredes do prédio foram pichadas de vermelho.
Para o integrante da direção nacional don MST, Edílson Barbosa, a prisão foi um ato arbitrário. “Ocorreu sem embasamento jurídico, com intuito de desmoralizar o movimento dos sem terra”, avaliou Barbosa. Segundo ele, os trabalhadores estão preparados para fazer manifestações, tanto na capital como em todas as regiões do estado. Entre as ações programadas estão protestos em frente ao prédio do Tribunal de Justiça de Pernambuco, passeatas, ocupações de prédios públicos e interdição de rodovias.
A advogada da Organização Não Governamental Terra de Direitos, Luciana Pivato, afirmou que entre hoje e amanhã será apresentado um novo pedido de habeas corpus para Jaime Amorim, junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).