Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Psolprotocolou no Conselho de Ética do Senado uma representaçãopara pedir a abertura de processo de cassação dossenadores citados pelo relatório parcial da ComissãoParlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas, queinvestiga fraudes na compra superfaturada de ambulâncias comrecursos do Orçamento da União.A estratégiaé uma forma de agilizar a abertura dos processos de cassaçãocontra Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e SerysSlhessarenko (PT-MS). Isso porque ao receber as recomendaçõesda CPI, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nãoencaminhou diretamente as representações ao Conselho, oque abriria automaticamente os processos.Renan tinhaencaminhado denúncias, o que, segundo o regimento interno dacasa, obrigaria o Conselho de Ética a reunir provas e, depois,devolver um parecer à Mesa Diretora. A tramitaçãoatrasaria a abertura dos processos. Por isso, o Psol decidiuapresentar diretamente uma representação, uma maneirade agilizar o julgamento.Arepresentação foi assinada pela presidente do partido,Heloísa Helena, e entregue ao Conselho de Ética pelalíder do partido na Câmara, deputado Maninha (DF). Aparlamentar foi acompanhada pelo sub-relator da CPI dos Sanguessugas,deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).Indagada se a decisãodo Psol era uma desconfiança pela decisão do presidentedo Senado, a deputada Maninha respondeu que é apenas uma formade evitar “interpretações diferentes”. “Nãoé uma desconfiança no presidente no Senado, mas éuma precaução para que nada aconteça de formadiferente que nós esperamos”, explica. “Eentendemos que o caminho que foi tomado no Senado provocainterpretações diferentes, pois sindicância nãoé pedido de cassação”, completou. “O que nósprotocolamos é o pedido de cassação contra ossenadores citados pela CPI dos Sanguessugas. É nãodeixar espaço para interpretação e para que apizza não seja cozida no forno.”Agora, arepresentação do Psol será numerada pela MesaDiretora do Senado e serão instaurados os processos. A açãoprotocolada no Conselho de Ética repete o procedimento do PVna Câmara dos Deputados para acelerar os processos de cassação.Após duas renúncias de deputados, o Conselho de Éticada Câmara instaurou 67 processo por quebra de decoro.