Brasileiro que foi ao Líbano em missão de solidariedade diz que houve ataque indiscriminado a civis

23/08/2006 - 18h44

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Líbano é um cenário marcado pela destruição de prédios, casas, serviços de água e eletricidade, estradas, pontes, postos de gasolina, refinarias e portos. Essa é a visão do grupo de brasileiros que foi prestar solidariedade à população libanesa e recolheu testemunhos e fotos de casos de violação dos direitos humanos.De acordo com o ex-secretário de relações internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Kjeld Jakobsen, que faz parte do grupo, "uma das coisas importantes que o movimento social internacional podefazer é comparecer nestes locais para prestar solidariedade, trazertestemunho do que realmente ocorre e, na medida do possível, inibiresse tipo de agressão".Pelos cálculos da missão, mais de 15 mil casas foram destruídas, afetando principalmente a população mais carente que teve que recorrer a abrigos montados em praças, escolas, clubes e outros pontos públicos. Durante o programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, Kjeld disse que isso "caracteriza um crime de guerra, porque foi um ataque indiscriminado contra a população civil", diz Jakobsen.O grupo vai agora apresentar o material aos governos de outros países, para cobrar um posicionamento internacional contra a guerra.Desde o início do conflito entre Israel e o grupo armado libanês Hizbollah, as Forças de Defesa Israelense calculam que foram realizados mais de 7 mil ataques aéreos e mais de 2 mil bombardeios pela marinha israelense. O saldo dos ataques ultrapassou mais de mil mortes de libaneses, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Criança (Unicef).  Jakobsen esteve em Beirute no início de agosto, poucos dias antes do anúncio do cessar fogo, integrando uma missão formada por sindicatos, movimentos sociais, partidos políticos e grupos de direitos humanos.