Aumento de gastos não prejudicará meta de superávit fiscal, diz Kawall

23/08/2006 - 20h00

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, afirmou hoje (23) que o aumento dos gastos do governo não alterará o cumprimento da meta de superávit fiscal para este ano. Segundo Kawall, o fato de as receitas do governo estarem crescendo num ritmo inferior ao das despesas não afeta o controle dos gastos no curto prazo. "Projetada a médio e longo prazo, essa não é uma situação que possa permanecer para sempre", disse o secretário. "Mas não é algo que neste ano, no horizonte com que trabalhamos, seja algo insustentável – está dentro da previsão", completou.Ele ressaltou, entretanto, que numa eventual necessidade de conter gastos o governo usará os instrumentos de que dispõe, como o decreto de programação financeira, a ser publicado em setembro, que poderá estabelecer cortes. "Não é que tenhamos hoje necessidade de fazer uma revisão", disse, ao informar que todos os indicadores apontam para o cumprimento da meta de superávit fiscal.  "Temos uma programação orçamentária, a junta orçamentária e a meta. Nesse sentido, temos uma estratégia para alcançar a meta", frisou.Entre os meses de janeiro e julho deste ano, os gastos do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) cresceram 14,8% em relação a igual período em 2005, totalizando R$ 211,489 bilhões. Enquanto isso, a arrecadação de impostos aumentou 11,1% e somou R$ 306,019 bilhões.Segundo o secretário, os gastos se elevaram especialmente por conta do aumento do salário mínimo, de R$ 300 para R$ 350, e de benefícios para aposentados e pensionistas. Também aumentaram as despesas com custeio da máquina administrativa.Kawall comentou ainda que no total não está incluído o aumento salarial dos servidores públicos, promovido em junho. A estimativa é a de que haverá um aumento de gastos de R$ 6 bilhões no ano, em conseqüência desse reajuste. "Mas isso também já estava incluído nos nossos cálculos para a meta", acrescentou.