Operação Dilúvio prendeu 95 pessoas por fraudes em importações

16/08/2006 - 19h48

Aloisio Milani, Cecília Jorge e Bruno Bocchini
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - APolícia Federal prendeu até o final da tarde 95 pessoasacusadas de integrar o maior esquema de fraudes sobre importaçõesilegais já identificado no país. A OperaçãoDilúvio envolve mais de mil policiais federais e servidores daReceita Federal em oito estados e também em Miami, nos EstadosUnidos. As investigações da OperaçãoDilúvio correm sob segredo de justiça.Foram 32 presos no Paraná,oito presos no Rio de Janeiro, 32 presos em São Paulo, umpreso na Bahia, nove em Santa Catarina, dois no Espírito Santoe um em Pernambuco. Segundo a Polícia Federal, o balançoparcial das apreensões mostra que US$ 500 mil e R$ 360 milforam apreendidos. Resultado de dois anos de investigação,a operação identificou o grupo que atuava hácerca de 10 anos, fraudando o valor das mercadorias importadas,sonegando impostos, entre outras ilegalidades. Os empresáriosatuavam em oito estados brasileiros, principalmente em SãoPaulo, e nos Estados Unidos.De acordo com o superintendenteda Polícia Federal no Paraná, Jarbas Saad, todos osempresários suspeitos de liderar o esquema já estãodetidos. Um deles, que estava em Miami (EUA), já se apresentouvoluntariamente e está retornando ao Brasil, onde serápreso.O empresário Marco Antonio Mansur liderava oesquema de fraudes em importações e sonegaçãode impostos, desarticulado pela Operação Dilúvio.A informação foi confirmada pelo delegado da PolíciaFederal de Paranaguá, Paulo Vibrio, coordenador da operaçãoem São Paulo. Segundo o delegado, Mansur encabeçava umgrupo empresarial estabelecido em São Paulo, com ramificaçõesem diversos estados.O empresário e seu filho, MarcoAntonio Mansur Filho, foram presos. “O empresário, emconluio com seu filho, praticaram corrupção passiva defuncionários da Receita Federal e do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Etambém interposição fraudulenta, blindagem depatrimônio, falsificação ideológica dedocumento e formação de quadrilha, tudo para burlar aReceita Federal”, explicou o delegado.Nos últimosdez anos, o grupo liderado por Mansur registrou dezenas de empresasimportadoras (conhecidas como tradings) e diversasdistribuidoras que intermediavam as operações de formaa ocultar os reais importadores, o que possibilitava realizar umaexpressiva redução fraudulenta de tributos.De acordo com asinvestigações, o grupo importava os mais diversosprodutos, de roupas e alimentos a equipamentos eletrônicos epneus. As mercadorias chegavam a grandes lojas. A operaçãopretende rastrear todos os beneficiados com o esquema a partir dosdocumentos que estão sendo apreendidos. Entre os"clientes" do grupo, segundo Saad, estão a botiquede luxo Daslu e o empresário Law Kim Chong, que jáforam apontados como sonegadores em investigaçõesanteriores.