Morre em Brasília o ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner

16/08/2006 - 0h29

André Deak
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Morreu em Brasília, hoje (16), por volta das 11 horas, o ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner. O boletim com a causa da morte ainda não foi divulgado, mas em entrevista realizada ontem  (15), os médicos do Hospital Santa Luzia comentaram a gravidade do paciente, internado no último dia 29 e operado de uma hérnia no intestino.Stroessner, de 93 anos, trazia em seu histórico doenças pulmonares crônicas e, por isso, desenvolveu pneumonia. Segundo o coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, Marcelo Maia, “a cirurgia era simples, mas pela idade e histórico do paciente, o quadro se agravou”. Nos 18 dias de internação, ele permaneceu na UTI e perdeu cinco quilos.O ex-ditador estava no Brasil desde 1989 como asilado político. Naquele ano, foi derrubado por um golpe de Estado no Paraguai. Ele tornou-se presidente daquele país também com um golpe de Estado, em 1954, e ficou no poder por 35 anos.A ditadura de Stroessner foi alvo de investigações no Brasil e no exterior, especialmente depois de abertos os chamados "arquivos do Terror", a documentação do período registrada pelo governo paraguaio. Segundo investigações apresentadas em 2000 pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados do Brasil e pelo Centro de Proteção Internacional de Direitos Humanos, “calcula-se que o número dos desaparecidos durante o governo Stroessner, isto é, de 1954 a 1989, ultrapasse  300  pessoas”.O documento também relaciona a política repressiva e anticomunista paraguaia à articulação e cooperação entre as ditaduras da América do Sul de décadas passadas - conhecida como Operação Condor.