Brasil inaugura primeira fábrica de circuitos integrados até abril de 2007

16/08/2006 - 19h02

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A primeira fábrica de circuitos integrados (chips) daAmérica Latina deverá ser instalada no Rio Grande do Sul, até abril do próximoano. O projeto de implantação, desenvolvido pelo Centro de Excelência emTecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), em Porto Alegre, custou R$ 180milhões, financiado com recursos de fundos setoriais.O diretor-presidente da Ceitec, Sérgio Souza Dias, adiantouque a medida provisória concedendo incentivos fiscais para a indústria desemicondutores, a ser publicada na próxima semana, trará “um ambiente favorávelpara o desenvolvimento do setor, com a atração de empresas internacionais parao Brasil”.De acordo com Dias, a implantação da fábrica da Ceitec seráfundamental para a formação de mão-de-obra e qualificação profissional paraoferecer às fábricas que vierem a se instalar no Brasil.  Genuinamente nacional, a fábrica será capaz de atender a 85%da tecnologia hoje desenvolvida na área de semicondutores. Só não produzirámemória de alta capacidade - pen drives, por exemplo; e microcontroladores, quesão o cérebro dos computadores, como o Pentium. A indústria desenvolverá chips utilizados nos mais diversosramos da atividade econômica – dos computadores e automóveis até máquinas delavar roupas.Atualmente, disse o pesquisador, a indústria nacionaldesenvolve atividades relacionadas à montagem de kits de componenteseletrônicos. As empresas importam os componentes separadamente e apenasrealizam a montagem final dos kits. “O mais importante é que vamos passar ainternalizar a propriedade intelectual”, afirma Dias.Na nova fábrica, serão cumpridas todas as etapas necessárias para odesenvolvimento dos chips, desde a pesquisa até a fabricação.Segundo Dias, a isenção do imposto de importação sobre osinsumos será fundamental para o desenvolvimento dos circuitos integrados. “Oimposto para importação da lâmina de silício, que usamos para a produção doschips, representam hoje 20% do custo”, justifica.