Senado e Câmara aguardam relatório da CPI para notificar parlamentares

11/08/2006 - 0h56

Iolando Lourenço e Luciana Vasconcelos
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - As Mesas Diretoras daCâmara e do Senado aguardam a entrega do relatórioparcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dosSanguessugas, aprovado ontem (10), que pede a abertura de processo dequebra de decoro parlamentar contra 69 deputados e trêssenadores. “Estamos de plantão para receber o trabalho daCPI”, afirmou o segundo vice-presidente e corregedor da Câmara,deputado Ciro Nogueira (PP-PI).O presidente da Câmara,deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), convocou reunião da MesaDiretora para terça-feira com o objetivo de discutir mudançasde Regimento Interno para agilizar o andamento dos processosenvolvendo os deputados. Uma das mudanças, proposta porNogueira, é alteração do prazo de defesa naCorregedoria de cinco sessões da Casa para cinco dias úteis.“Com cinco sessões ficaria inviável. Não éisso que a sociedade quer”, observou.Neste períodopré-eleitoral dificilmente há quorum para realizaçãode sessões plenárias. Com isso, os parlamentaresnotificados teriam mais tempo para apresentar defesa retardando assimo andamento do processo. Para contar como sessão, énecessária a presença mínima de 51 deputados. Oque não tem ocorrido com freqüência devido acampanha eleitoral. "A Câmara vai garantir amplo direitode defesa a todos os citados, mas também asseguro que nãohaverá conivência com qualquer tentativa de protelar oandamento das investigações ou julgamento",afirmou Aldo Rebelo.Aldo tambémpretende se encontrar na terça-feira com o presidente doConselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP) paradiscutir o encaminhamento dos processos contra os parlamentarescitados pela CPI. Izar já afirmou que pretende dar celeridadeaos julgamentos no órgão.O corregedor disse quenão esperava um número tão grande derepresentações contra deputados. Ele informou quepretende encaminhar um relatório em bloco para a Mesa paraagilizar a tramitação dos processos.A Corregedoria chegou ainiciar uma investigação sobre o envolvimento dedeputados na compra superfaturada de ambulâncias, masinterrompeu os trabalhos, quando a presidências da Câmarae do Senado decidiram deixar com o Ministério Público aresponsabilidade pelas investigações.