Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O superintendente da Receita Federal no Amazonas,José Barroso Tostes Neto, informou que é de pelo menosR$ 177 milhões o prejuízo causado aos cofres públicosestadual e federal pela quadrilha que fraudava licitaçõespara compra de produtos alimentares. O esquema foi desarticulado pelaOperação Saúva, uma ação conjuntada Polícia Federal, Receita Federal e MinistérioPúblico Federal.“Dezenove empresas desse grupomovimentaram nos últimos seis anos cerca de R$ 354 milhões,mas declararam apenas R$ 27 milhões”, afirmou. “Então,apenas com sonegação de tributos estaduais e federais,temos R$ 177 milhões que deixaram de ser arrecadados. Secontarmos o superfaturamento nas compras, o rombo será bemmaior”.Até agora, 30 pessoas foram presas naoperação. “Havia quatro grupos que chegaram a ter 60empresas em seu nome”, explicou Tostes. “A maior parte delas eramfirmas fantasmas, criadas apenas para concorrer nas licitações,apresentando propostas superfaturadas”.“Vamos agora levaralgum tempo para analisar toda a documentação dessasempresas que foi apreendida (a Justiça Federal expediu 64mandados de busca e apreensão). Só entãolavraremos autos de infração para cobrar esses valoressonegados”, esclareceu Tostes. “Mas a sonegaçãotambém é crime, com pena prevista de três a cincoanos de prisão”.O superintendente da PolíciaFederal no Amazonas, Kércio Pinto, afirmou que 20 dos 30indiciados detidos na operação já estãosendo transferidos para um presídio estadual, onde deverãoficar durante os cinco dias da prisão temporária. Osoutros 10 presos, que são militares, estão sendoencaminhados à prisão do Comando Militar da Amazônia(CMA).Dois mandados de prisão ainda não foramexecutados: o do empresário José Maurício Gomesde Lima, que continua foragido, e de um capitão do Exércitoque está na França.Pinto disse ainda que todosos suspeitos detidos já foram indiciados. Entre os crimes aque eles irão responder, estão: formaçãode quadrilha, inserção de dados falsos em sistemas deinformações, peculato, corrupção ativa epassiva, advocacia administrativa, violação de sigilofuncional, tráfico de influência, fraudes em licitações,lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e crimes contraas relações de consumo, além de improbidadeadministrativa.