Donos de casas lotéricas criticam novo sistema da Caixa Econômica

11/08/2006 - 9h09

Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - Os donos de casas lotéricas têm criticado o novo sistemadesenvolvido pelaCaixa Econômica Federal, previsto para começar a operar na próximasegunda-feira (14) em todo o país. A troca do sistema foi iniciada emfevereirodeste ano e, desde então, cerca de 21 mil máquinas já foram instaladas.Com a implantação do modelo lotérico, a empresa estatal passaa ter o controle do negócio no país.“O resultado que o sistema apresenta não é a realidade que as casaslotéricas operam durante todo um dia de trabalho. Sempre tem uma diferença oupara mais ou para menos”, disse o presidente do Sindicato Empresas Lotéricas doDistrito Federal, Roger Denac.De acordo com ele, outro problema é a lentidão no processamento de dados dosistema da CEF, que provocou uma queda de 40% no movimento nas casas lotéricasda região. “Com o baixo rendimento, muitas lotéricas passaram a demitirfuncionários”, revela.Denac disse que a receita de uma casa de loteria é dividida entre os jogos ea prestação de serviços bancários. No entanto, com a dificuldade em administraros serviços, as lotéricas enfrentam grande concorrência com bancos, correios eaté supermercados.“As pessoas estão migrando para outra rede. Isso acontece porque o usuárioda casa lotérica chega e se depara com uma fila enorme. Então, ele nem entrapara apostar e nem para pagar as contas”.Em nota divulgada ontem (10) a Caixa Econômica Federal informou que  “eventuais perdas causadas no período de troca das máquinasserão ressarcidas pela Caixa”. Além disso, a Caixa informa que oseventuais transtornos causados aos lotéricos e à população nesse processo serãorevertidos em benefícios maiores a todos."Para a Caixa, que passa a ser dona,com controle total do negócio lotérico; para a população que terá melhoria noatendimento com máquinas mais modernas, ágeis e seguras; e para os própriosempresários lotéricos, que terão possibilidade de aumentar seu faturamento commelhores serviços, sem qualquer ônus para implementação do novo sistema”. Segundo o presidente do sindicato, os donos delotéricas no Rio de Janeiro pretendem iniciar uma paralisação, caso não hajamudanças no novo sistema. Já os empresários de Brasília preferiram aguardar oprazo para que a Caixa Econômica passe a operar exclusivamente no país.Anteriormente, os equipamentos das lotéricas eram administrados pelamultinacional Gtech.Com o envolvimento da Gtech em crimes como improbidadeadministrativa, corrupção, tráfico de influência, formação de quadrilha,lavagem de dinheiro e crime contra o procedimento licitatório, a empresa foilevada à CPI dos Bingos. A partir daí, a possibilidade de renovação do contratoda multinacional com a Caixa foi vetada em 14 de maio de 2006.