Agentes penitenciários pedem pressa na autorização para o porte de arma

11/08/2006 - 17h13

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Dirigentes do Sindicato dos Funcionários do SistemaPrisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) solicitaram hoje (11) ao governo paulista a agilização doprocesso de autorização para que os agentes penitenciários possam andar armadosfora do serviço. O pedido foi feito durante encontro com o secretário-adjuntoda Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Lourival Gomes. Segundo o sindicato, com o surgimento das ondas de ataquesdo crime organizado em maio último, aumentou bastante o medo entre os agentes.“Eles e seus familiares vivem assustados sob ameaças constantes. Em sua rotina,convivem com criminosos que acabam sabendo onde moram e isso basta para ficaremintranqüilos”, salientou Danilo Bonfim, porta-voz da Sifuspesp. Ele informou que em junho e julho últimos morreram 16agentes vítimas das ações supostamente praticadas pela facção criminosaPrimeiro Comando da Capital (PCC). No auge da crise, em 25 de maio, os agenteschegaram inclusive a fazer greve.Como a maioria dos 23.157 agentes é impedida de usar armasem sua atividade, que é voltada para a reeducação dos presos, a reivindicação éa de obter o porte para aumentar o grau de proteção fora do sistema, justificouBonfim. Só quem tem autorização para o uso de armas no trabalho sãoos funcionários da escolta e os da vigilância, que ficam espalhados nasmuralhas, somando ao todo 3.475 agentes. Bonfim informou que a luta por essaautorização já dura seis anos, “começou a ser reivindicada em 1999”. Ele revelou ainda que os dirigentes do Sifuspesp foraminformados de que ainda está em estudo o projeto de lei complementar para aregulamentação do uso de armas. E que já existe uma portaria da Polícia Federalsobre o assunto, mas falta a definição dos critérios em âmbito estadual.Ainda no encontro, os agentes reforçaram o pedido para que ogoverno pague uma gratificação aos funcionários de serviços administrativos novalor de R$ 400, a titulo de equiparação ao aumento já concedido aos agentes.