Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Amanhã (29), a CompanhiaParanaense de Energia (Copel) dá início aos testes para a operação da UsinaTermelétrica de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Segundo opresidente da Copel, Rubens Ghilardi, a usina deve entrar em operação no iníciode setembro, menos de três meses depois de a estatal ter adquirido o controleacionário do empreendimento. A usina usará o gás natural do gasodutoBolívia-Brasil e a distribuição do combustível será feita pela Compagás,subsidiária da CopelO procedimento, conhecidocomo "sopro de gás", consiste em aplicar um jato forte, de curtaduração que expele o acúmulo de partículas eventualmente depositadas natubulação. O único inconveniente, segundo os técnicos da Copel, é a produção deruído. Para acionar as turbinas é preciso limpar os dutos que trazem o gásnatural, evitando que chegue até as máquinas qualquer tipo de partículadepositada na tubulação no período em que ficou inoperante Com capacidade instalada de484 megawatts (MW), a usina vai diminuir a dependência da remessa de energia do Sudeste edo Centro-Oeste para a região sul, que hoje, em decorrência da estiagem, estáem 65% do total consumido nos três estados. A energia produzida pela usina ésuficiente para o consumo de 1,5 milhão de pessoas. "Diante da estiagem edo baixo nível dos reservatórios, a termelétrica está sendo consideradaestratégica para aumentar a confiabilidade do suprimento de energia aoParaná", disse Ghilardi.O presidente da Copel disseque o investimento de R$ 400 milhões que a estatal fez ao adquirir 60% dasações da empresa norte-americana El Paso, elevando sua participação acionáriapara 80% (a Petrobras detém os 20% remanescentes) “além de estratégico foi emboa hora". Com a negociação, cessaram as discussões judiciais entre Copele El Paso, travadas durante três anos e meio no Brasil e na França, em tornodos contratos pela comercialização da energia que deveria ter sido produzida natermelétrica.Dada por inaugurada emsetembro de 2002, a usina nunca entrou em operação, por problemas técnicos,muito embora, segundo o presidente da estatal, faturas mensais cobrassem daCopel a entrega de uma energia jamais produzida. "E junto com a conta daeletricidade, vinha a conta de suprimento do gás que também não havia sidoutilizado".