Regulamentação do setor de orgânicos vai ampliar produção, diz exportador

28/07/2006 - 8h56

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - A regulamentação da Lei 10.831/2003, que dispõe sobre a agriculturaorgânica, foi defendida pelo vice-presidente da Associação de Comércio Exteriordo Brasil (AEB), José Augusto de Castro, como prioridade para a ampliação daprodução brasileira e a conseqüente destinação desses produtos para exportação.O vice-presidente da AEB informou que ainda não existem no Brasilestatísticas que permitam dizer claramente quanto se exporta de orgânicos nopaís e qual é a produção interna. “Estima-se que a exportação gire em torno deUS$ 100 milhões a US$ 200 milhões atualmente”.Ele afirmou que o anúncio do governo de que vai permitir que no próprioregistro de exportação - feito hoje para qualquer produto manufaturado - tenhaa menção de produto orgânico, dará condições de se saber o que o Brasil exportaexatamente em termos de valor e mercado de destino, além de detectar opotencial existente no país.“São produtos com um potencial fantástico de crescimento e nós temos queaproveitar porque o Brasil tem muita terra. Nós podemos ocupar o espaço detodos no mundo. Assim como o agronegócio foi desenvolvido em economia deescala, nós podemos fazer a mesma coisa nos produtos orgânicos”, avaliouCastro.Os produtos orgânicos com melhores condições de ganhar mercado no exteriorsão frutas, legumes e verduras, disse o vice-presidente da AEB. Ele observouque como não se conseguiu até agora quantificar esse mercado, muitas empresasdeixam de exportar.Castro sugere que o Brasil crie uma marca para a exportação de orgânicos.Segundo explicou, essa marca vai definir o produto brasileiro, agregar valor efacilitar a identificação do país como fornecedor de orgânicos. “Na verdade, oproblema do mercado internacional de orgânicos não é a procura de consumidor nomercado. Ocorre exatamente o inverso. É o consumidor que procura o fornecedorde orgânicos no mundo, porque hoje a demanda é muito maior do que a oferta”,afirmou.Ele lembrou que o governo, através do Ministério do Desenvolvimento Agrário,já vem incentivando a produção de orgânicos na agricultura familiar. “É um tipode produto que não exige escala de produção, mas sim escala de venda. Ou seja,as empresas podem produzir em escala reduzida, mas na hora de vender devemconsolidar o volume de vendas para diminuir os custos”, afirmou.Castro defende que a operação de venda pode e deve serfeita pelos pequenos produtores brasileiros através de consórcios, porqueamplia o poder de negociação externa e dilui os custos financeiros.