Israel está fazendo "um cerco", conta brasileira que chegou hoje em vôo da FAB

28/07/2006 - 17h38

Elaine Patrícia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Entre as 81 pessoas que desembarcaram hoje (28) em São Paulo, no quinto vôo da missão de resgate da Força Aérea Brasileira (FAB), estava Magda Aref, que foi visitar os parentes do marido no Líbano, juntamente com ele e as filhas.A família ficou no norte do Líbano, área mais distante dos bombardeios, mas Aref conta que isso não significou tranqüilidade. “Eles estão bombardeando todas as ligações entre as cidades, como se fosse um cerco. Não há ligação entre as cidades. Na nossa região, as pessoas fizeram estoque de alimentos, de combustível, como se estivessem em guerra”.Ela contou que viajou durante 27 horas de ônibus para chegar a Istambul, na Turquia. De lá, tentou durante três dias voltar ao Brasil por alguma companhia aérea, mas não teve sucesso. Então, foi até Adana, cidade turca de onde estão saindo os vôos da FAB, e conseguiu embarcar. “Graças a Deus a viagem foi boa, a felicidade é enorme. A tristeza é em relação aos que ficaram lá, que estão passando, com certeza, muitas dificuldades”.Outra passageira do vôo era a brasileira Flávia Kourani, que desembarcou em São Paulo com a filha de um ano e sem o marido, que continuou em Beirute. Kourani mora no Líbano há 13 anos. “Beirute foi muito destruída. Para buscar comida está muito difícil. Os aviões ficam no céu o dia todo”, relata. “Há pessoas no sul do Líbano que estão sem água, sem comida e sem remédio. As ambulâncias não conseguem chegar até os feridos para retirá-los de lá. Também não consigo contato com ninguém”.Outros dois vôos da FAB devem chegar ao Brasil neste final de semana.