Delegado do Trabalho diz que só julgamento vai esclarecer culpa de cada um no caso de Unaí

28/07/2006 - 13h26

Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - Em entrevista à RadioNacional, o delegado regional do Trabalho de Minas Gerais, AntonioLambertucci, afirmou hoje (28) que somente o julgamento vai determinar o graude culpa e de responsabilidade de cada um dos acusados do assassinato de trêsfiscais do trabalho e um motorista da Delegacia Regional do Trabalho de MinasGerais, na Zona Rural de Unaí (MG), ocorrido no dia 28 de janeiro de 2004.“É fundamental que essejulgamento seja feito, para que a gente possa superar essa situação quecontinua causando constrangimento, comoção e temor. Muito temor por parte dosauditores fiscais da região, e de um modo geral, de que uma situação semelhantepossa voltar a se repetir”, disse.Hoje em Belo Horizonte osauditores fiscais da Delegacia Regional do Trabalho, acompanhados pelos fiscaisda Previdência e sindicalistas se concentraram na porta da Justiça Federal, emBelo Horizonte, para ler cartas escritas pelas viúvas dos auditores e domotorista assassinados.Segundo Labertucci, amanifestação se repete todos os meses no dia 28, como uma forma de não permitirque se esqueça do episódio. “É um apoio para que essa memória possa estarpermanentemente revisada, assim como a cobertura da imprensa que faz com que amemória popular não seja apagada”.Os auditores fiscais dotrabalho Erastóstenes Gonçalves, Nelson da Silva e João Batista Lage, além domotorista Ailton de Oliveira, foram vítimas de uma emboscada quando fiscalizamdenúncia de trabalho escravo em fazendas de Unaí. Entre os acusados do crimeestão os irmãos Antero e Norberto Mânica, grandes produtores de grãos daregião. Antero Mânica (PSDB) é hoje prefeito de Unaí.