Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil foi único país a mandar representante dos ciganospara a Conferência Regional das Américas, que discutiu até hoje os avanços e osdesafios do Plano de Ação contra o Racismo, a Discriminação Racial, Xenofobia eIntolerâncias Correlatas. “Nossa reivindicação é contarmos nossa história, semlendas, sem mitos, inclusive desconstruindo isso que nos atrapalha no acesso àcidadania. É a história de um povo, e que deve ser contada como acontece comtodas as etnias”, afirmou o presidente da Associação da Cultura Cigana,Claudio. De acordo com Yovanovitchi, os temas levados pelos ciganospara a conferência tiveram espaço nas discussões, e ele espera que possam serimplementados. “Se as propostas vão ser implementadas ou não é outra questão,mas que elas foram entregues e foram exaustivamente discutidas, foram”,afirmou.A discriminação sofrida pelas mulheres também foi um temabastante discutido. A Coordenação Nacional das Viúvas da Guatemala, organizaçãoque desde 1988 atua contra a discriminação e violência sofrida pelas mulheresindígenas, divulgou uma carta denunciando a desvantagem educacional dasmulheres no país, onde a maioria é analfabeta. “O racismo e a discriminação sãoestruturais e se manifestam pela exclusão do acesso aos recursos materiais, aosserviços e a participação”, diz a carta.A Conferência, promovida pela Secretaria Especial dePolíticas de Promoção da Igualdade Racial com o apoio da Organização das NaçõesUnidas (ONU), reuniu cerca de 400 participantes de 35 países para avaliar oscompromissos firmados na conferência de Durban, África do Sul, em 2001.