População civil do Líbano é vitima de massacre e não tem chance de defesa, diz refugiada

25/07/2006 - 9h57

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - "O que está acontecendo no Líbano não é umaguerra, mas um massacre, já que população civil, duramente atingida pelosbombardeios do exército de Israel, não está tendo a menor chance dedefesa". A declaração foi feita hoje pela professora de educação físicaFátima Gazal, viúva, que fugiu do confronto com três filhas adolescentes de 20,15 e 11 anos.Ela faz parte do terceiro grupo de brasileiros regatadodo Oriente Médio, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), por missãoorganizada pelo Ministério das Relações Exteriores. O avião chegou hoje aoaeroporto internacional dos Guararapes e, depois de uma escala técnica de poucomais de uma hora, seguiu para São Paulo. Desta vez ninguém desembarcou nacapital pernambucana. O grupo seguiu para São Paulo e Rio de Janeiro.Fátima relatou que viajou dez horas de navio, com afamília, do porto de Beirute até a Turquia, passou mais sete horas até chegar aRecife e enfrentará ainda duas horas e meia para desembarcar em Guarulhos, ondeserá recebida por primos, avós e tios. Disse que depois de viver momentos detensão se sente aliviada e “agradecida ao pessoal da embaixada brasileira queorganizou o embarque”.O menino Mohamed Assad, de 7 anos, que chegou com amãe, a dona de casa Latifa Jazini de 30 anos e quatro irmãos, desceu do aviãosegurando uma bandeira brasileira. Ele vai seguir viagem até Foz do Iguaçu, noParaná, onde vive a família. Ele disse que quer esquecer tudo o que presenciounesses 13 dias de bombardeios. "Só quero ter muita paz e que acabe logoessa guerra", ressaltou.Afamília do construtor Ali Said Shaito, de 66 anos, que chegou ontem no segundovôo da FAB, viajou para Belém no Pará, onde vivem parentes da esposa, em umônibus da empresa Guanabara. Eles não encontram passagens aéreas em vôocomercial no mesmo dia e revelaram que não tinham dinheiro suficiente parapagar hotel.