Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, afirmou hoje (25) que a desigualdade social no país deve diminuir quase um ponto percentual este ano em comparação a 2004, na abertura do seminário Pobreza e Desenvolvimento no Contexto da Globalização, promovido pelo Centro Internacional Celso Furtado.Segundo ele, um estudo feito por técnicos do BNDES constatou que a metade mais pobre da população está aumentando sua participação na renda total, que deve chegar ao fim deste ano com 15%. Em 2002 essa participação era de 12%. Os últimos dados oficiais, de 2004, apontaram para 14,1%.O estudo do BNDES foi feito a partir de dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e indica uma redução contínua da desigualdade na distribuição de renda. “Houve uma melhora significativa em 2004, tanto do aumento do salário mínimo, que é um dos elementos de melhoria da distribuição de renda, como a expansão do Bolsa Família. Nos dois anos seguintes, esses elementos entraram num processo de avanço”, explicou.Segundo Fiocca, a distribuição de renda no país deve ser reduzida em um ritmo cinco vezes maior que o do governo anterior. “O que temos observado é que em quatro anos a metade mais pobre da população passou a ganhar renda a uma velocidade cinco vezes maior que a anterior”.O BNDES também divulgou hoje (25) um texto intitulado "Desmitificando o debate fiscal - o equívoco de confundir gasto social com custeio da máquina". De acordo com Fiocca, "há uma confusão entre gastos correntes e gastos finalísticos, como o Bolsa Família e a Previdência”.Segundo o documento, os gastos finalísticos foram os que mais cresceram, aumentando de 9,26% do PIB, no período de 2000 a 2002, para 10,48% entre 2003 e 2005. Já os gastos com o custo da máquina do governo passaram de 5,60% do PIB, na média de 2000 a 2002, para 5,22% no período de 2003 a 2005.