Comercialização de bananas de Pernambuco é tema de reunião em Brasília

25/07/2006 - 10h28

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Representantes do governo dePernambuco, da Bahia e do Ministério da Agricultura se reúnem hoje (25), emBrasília, para discutir os entraves na comercialização da banana que sai dePernambuco para a Bahia.O problema começou em maio,quando exames técnicos feitos pelo ministério indicaram que áreas produtoras decinco municípios pernambucanos (Bonito, Vicência, Palmares, Bom Jardim e SãoVicente Ferrer), localizados nas regiões da zona da mata e do Agreste, poderiamestar infectadas com a praga da sigatoka negra.No entanto, o resultado deanálises posteriores feitas em amostras de folhas de bananeiras foi negativopara a praga. A doença, considerada das mais graves que afetam as bananeiras, écausada por fungos e se propaga pelo vento.Mesmo com o resultado dasanálises posteriores, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) decidiuimpedir a entrada do produto no estado, o que causou prejuízos para osprodutores pernambucanos. Caminhões com carregamentos da fruta estão sendobarrados na ponte que liga Petrolina (PE) a Juazeiro (BA).O gerente da Adab, JairVirgínio, assegura que não há motivo para preocupação. Segundo ele, laudostécnicos emitidos na semana passada por especialistas do ministério e daEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) comprovaram que a doençanão existe nos bananais de Pernambuco. Os documentos foram baseados em examesde campo e de laboratório.Na quinta-feira(20), o DiárioOficial da União publicou o reconhecimento de que 179 dos 184 municípiospernambucanos estão em área livre de sigatoka. “Acredito que tenha havido umerro de diagnóstico da doença, que não é fácil de ser reconhecida, quanto aosoutros municípios investigados”, disse Virgínio.O coordenador de SaúdeVegetal e Análise de Risco da Adab, Raimundo Sampaio, afirmou que o trânsito decaminhões com bananas produzidas em Pernambuco só vai ser liberado para a Bahiaquando o Ministério da Agricultura publicar uma nova instrução normativa no DiárioOficial da União, esclarecendo que não há riscos.Pernambuco ocupa a sextaposição na produção nacional de bananas, com 418 mil toneladas colhidasanualmente em uma área de 39 mil hectares. Segundo o pesquisador da EmbrapaJosé Egídio Flori, na região de Petrolina são colhidas 150 mil toneladas debanana anualmente, em uma área de 2,5 mil hectares. Ele disse que 70% daprodução local vinha sendo comercializada com regularidade no mercado deJuazeiro, na Bahia.Há dois meses, a Bahia foireconhecida pelo Ministério da Agricultura como área livre da praga da sigatokanegra. A doença não traz riscos à saúde dos consumidores. Os prejuízos sãounicamente de ordem econômica, decorrentes das perdas na produção.