Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - Termina hoje (25), em Brasília, o Encontro Nacional dos Povos do Campo. Desde o último domingo (23), representantes dos trabalhadores rurais que vivem da agricultura familiar em todo o país debateram questões para fortalecer o setor.Das discussões, foi elaborado um documento com mais de 40 propostas para melhoria das condições de vida dos pequenos agricultores brasileiros, que correspondem a 10% do Produto Interno Bruto [PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no país] nacional, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário. O documento será homologado ainda hoje, em assembléia.As principais críticas levantadas pelos trabalhadores se referiram ao agronegócio. “Ele perpetua a dominação econômica e política, reproduz a desigualdade social e promove a destuição ambiental”, diz o documento.Para o coordenador da organização Terra de Direitos, Darci Figo, o governo deve priorizar a agricultura familiar, que, de acordo com ele, é responsável por 85% dos empregos no campo e produz metade de todos os alimentos do país. “A denúncia principal que está se fazendo para alertar os governantes é que o agronegócio hoje destrói o meio ambiente. Ele que é responsável pela invasão e pelo desmatamento da Amazônia, que se utiliza de violência para se expandir”.Entre as principais reivindicações estão a mudança da política econômica para dobrar o valor dos investimentos no campo; garantias de previdência pública universal e solidária; revisão dos projetos siderúrgicos e de usinas hidrelétricas na Amazônia; e a proibição de financiamento público para a implementação de indústrias de celulose no país.Às 14 horas, os agricultores farão uma manifsetação em frente ao Ministério da Agricultura contra o agronegócio e a Organização Mundial do Comércio (OMC). Em seguida, vão ao Palácio do Itamaraty, para fazer um ato em solidariedade aos mortos no Líbano.