Professores e médicos serão treinados para identificar problemas de visão em jovens

17/07/2006 - 0h27

Valtemir Rodrigues
Da Voz do Brasil
Brasília - Esta semana, 200 professores e médicos vão receber orientação sobrecomo identificar jovens com doenças dos olhos. O Instituto BenjamimConstant, do Ministério da Educação, vai promover no Rio de Janeiro, a1ª Jornada de Baixa Visão, para discutir a prevenção da cegueira nainfância, a inclusão do aluno de baixa visão e a importância da famíliano processo educativo.De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 59% dosproblemas de visão podem ser tratados ou prevenidos quando descobertasna infância. A diretora do Instituto Benjamim Constant, Glória Almeida,diz que esse índice é muito alto e lembra que a criança com algumapatologia precisa ser ensinada a aproveitar o resíduo visual que tem.GlóriaAlmeida explica que os problemas de visão podem causar dificuldade noaprendizado e desinteresse, prejudicando o desempenho escolar. Paraela, o professor precisa estar atento a isso. “Quantas vezes escutamosprofessores dizendo que a criança não quer nada, que ela é preguiçosa.Muitas vezes a criança não rende, não porque não queira, mas porquerealmente não está enxergando o suficiente”, lembra.A professora Ivoli Duarte, de Camboriú (SC), vivenciou como a percepçãoda deficiência visual pode fazer diferença no comportamento e nodesempenho escolar dos alunos. Segundo ela, na escola onde lecionavahavia estudantes com problemas de comportamento e de notas. Depois queeles passaram por um teste visual, descobriu-se que a causa dosproblemas era a falta de óculos.“Lá onde eu trabalhavarealmente tinha muitas crianças com deficiências visuais. Faltavam àescola, muitas vezes, devido a não ter um bom rendimento, nãoparticipavam das atividades e não queriam ir pra escola. Quando foifeito o exame e entregues os óculos, houve melhora não só do rendimentoescolar, mas também na auto-estima e na interação com o grupo todo”,explica.A jornada prevê a discussão de 17 temas, entre eles autilização de materiais didáticos especializados e a contribuição dainformática para o melhor desempenho dessas crianças. Inicialmenteserão orientados profissionais do Rio de Janeiro e São Paulo queparticipam do encontro e a idéia do Instituto é promover o evento emoutras partes do país.O Instituto Benjamim Constant prestaatendimento a deficientes visuais há 152 anos. A instituição treinaprofissionais, assessora escolas e instituições, realiza consultasoftamológicas à população, reabilita pacientes, produz materialespecializado, impressos em Braille e até publicações científicas.