Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas começará a notificar amanhã (18) mais 42 parlamentares citados pela Procuradoria-Geral da República como suspeitos de envolvimento na chamada "máfia das ambulâncias" - esquema de compra de ambulâncias a preços superfaturados, por meio de emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União. As notificações já estão prontas, mas aguardam a assinatura do presidente da CPMI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), para serem entregues aos parlamentares suspeitos. Biscaia deverá chegar a Brasília na noite de hoje.Após o recebimento das notificações, os parlamentares terão até cinco dias úteis para apresentar suas defesas por escrito à CPMI. Os 42 nomes foram entregues a Biscais na última quinta-feira (13) pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Com isso, a CPMI chega a uma relação de 57 acusados de envolvimento no esquema. Já foram notificados 15 parlamentares e nove deles apresentaram a defesa por escrito. Os nomes dos parlamentares não são divulgados porque o processo tramita em segredo de Justiça.O deputado Antonio Carlos Biscaia pretende ter nova reunião, amanhã ou depois, com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, e com o ministro Gilmar Mendes, relator do processo contra os parlamentares, para verificar se o STF vai quebrar o sigilo dos nomes dos parlamentares. Na semana passada, Biscaia fez esse pedido à ministra e ela prometeu conversar antes com Mendes, para poder dar uma resposta. Biscaia também deverá assinar, amanhã, ato designando mais seis parlamentares que atuarão como sub-relatores da CPMI e auxiliarão o senador Amir Lando (PMDB-RO) na análise dos documentos e a na elaboração do parecer. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) já foi nomeado e vem atuando como sub-relator de sistematização. Segundo o presidente da CPMI, na primeira quinzena deverá ser apresentado o relatório.