Coordenador de grupo de trabalho diz que debate do São Francisco deve se racionalizar

08/07/2006 - 11h20

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As discussões sobre a Bacia do São Francisco até o momento foram pautadas mais pela paixão que pela razão, e a idéia, agora, é racionalizá-las. A afirmação é do coordenador do Grupo de Trabalho da Casa Civil sobre o tema, Pedro Bertone, que disse que isso permitiria um entendimento melhor das ações de governo para a região.Na Primeira Oficina de Trabalho sobre Desenvolvimento do Semi-Árido, ele destacou, entre as iniciativas, a reforma agrária, a construção de cisternas, o desenvolvimento de tecnologias da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o apoio a projetos locais de artesanato, criação de peixes e de abelhas, dentre outros.Nas últimas quinta e sexta-feira (6 e 7), governo e sociedade discutiram em Brasília a revitalização do semi-árido nordestino, com foco na questão da Bacia do São Francisco com as bacias do Nordeste setentrional. O clima, segundo Pedro Bertone, foi “de perspectivas positivas para continuidade e aprofundamento dos debates, em que pese a existência de divergências entre movimentos sociais e governo”.Bertone afirmou que quase todos os segmentos da sociedade civil organizada na área de influência do Rio São Francisco estavam ali representados. Alguns dos setores mais contrários à transposição do rio foram convidados, segundo ele, para que se possa fazer um efetivo mapeamento das divergências e aprofundar os debates.Foi possível ter uma mostra, segundo o representante da Casa Civil, da disposição governamental de juntar as ações de revitalização da bacia do São Francisco com os movimentos sociais, de modo a garantir o desenvolvimento econômico sustentado da região. A discussão vista por esse ângulo da integração de interesses regionais de desenvolvimento, disse ele, “tem mais consenso que divergências”.Bertone afirmou que será levada “ação mais efetiva ao desenvolvimento regional, com o governo dando continuidade ao  debate para demonstrar, com argumentação técnica, os motivos que o  fazem ter convicção de que o projeto é importante para o Nordeste e  para o país”.Ele disse que já existem regiões densamente povoadas, como Campina Grande, na Paraíba, com carência de água, e a administração pública tem que encontrar meios para garantir o abastecimento hídrico. Ele reafirmou que as prioridades absolutas do projeto para o São Francisco são o abastecimento humano e o atendimento a projetos sociais voltados para as populações mais carentes.