Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio - A instalação de bloqueadores de celular nos presídios do país só deve funcionar em caráter emergencial, diante de uma crise. A afirmação foi feita hoje (5) pelo secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa. Ontem, a Justiça Federal de São Paulo acatou um pedido feito em 2001 pelo Ministério Público Federal para que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) instale, em 120 dias, bloqueadores de celulares nos presídios de todo o país. Pela sentença, a agência deverá dar prioridade aos estados onde a violência do crime organizado for notória. A medida se aplica a apenas duas operadoras, Claro (antiga BCP) e Vivo (antiga Telesp Celular), que existiam há cinco anos, quando o Ministério Público Federal deu entrada no pedido. O secretário diz que é preciso impedir que os telefones ingressem nos presídios, ainda que isso restrinja a privacidade de servidores que atuam no sistema prisional. "Temos que melhorar nossa capacidade de impedir que ingressem. Eu prefiro violar um pouco a liberdade de comunicação de quem está dentro do sistema, mesmo que seja servidor, do que causar um dano a um cidadão que não tem nada a ver, no entorno do presídio". Corrêa criticou a convivência, no mesmo espaço prisional, entre pessoas condenadas por pequenos delitos e outras que ele classificou de "profissionais do crime". "Nossas cadeias estão nessas condições porque tivemos a opção de repressão e restrição à liberdade. Na mesma cadeia tem o criminoso organizado e os pequenos, que servem de mão-de-obra. Temos que arrumar uma política eficiente de penas alternativas e guardar as cadeias para conter os profissionais do crime", disse.O secretário participou hoje da solenidade de diplomação de turma do Curso de Prevenção em Estádios, em que foram entregues ao Rio de Janeiro três viaturas para reforçar a segurança durante os jogos Pan-americanos.